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sábado, 30 de outubro de 2010

Repúdio

Não existe. Não existe o agora. Não existe o presente. Antes ausente; tudo não aconteceria, obviamente por não haver lacuna temporal que "abrigue" e possibilite ocorrências. Sim, isso sim seria o ideal. Por conseguinte, as pessoas não existiriam. Pra que existem as pessoas (agentes do acontecimento), senão para agirem, para realizarem e tornarem real e exequível o potencial humano? É certo que o fato depende do ser e, o ser, depende do fato. Essa reciprocidade inviabilizaria a existência de ambos os fatores. Assim sendo, não existo eu, não existe você, nem mesmo este texto e o motivo pelo qual foi escrito. O inexistente é inexplicável. E só, e fim.

2 comentários:

  1. O inexistente e o existente também são recíprocos, logo absolutamente nada é digno de explicação, ou explicações não são dignas de nada disso. Ou é tudo muito supérfluo e louco e digno de deixar levar. Beeeeeijo ;*

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  2. Ah!... quanto de Caeiro ouço de suas palavras. Refletir? Pensar? O importante é ver.

    "O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
    O único mistério é haver quem pense no mistério.
    Quem está ao sol e fecha os olhos,
    Começa a não saber o que é o sol
    E a pensar muitas coisas cheias de calor.
    Mas abre os olhos e vê o sol,
    E já não pode pensar em nada,
    Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
    De todos os filósofos e de todos os poetas.
    A luz do sol não sabe o que faz
    E por isso não erra e é comum e boa."

    "O único sentido íntimo das cousas
    É elas não terem sentido nenhum."

    (O Guardador de Rebanhos, V, Fernando Pessoa «Alberto Caeiro»)

    "O essencial é saber ver,
    Saber ver sem estar a pensar,
    Saber ver quando se vê,
    E nem pensar quando se vê
    Nem ver quando se pensa."

    (O Guardador de Rebanhos, XXIV, Fernando Pessoa «Alberto Caeiro»)

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