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domingo, 21 de novembro de 2010

Minha vida, uma poesia

Minha  vida é toda uma poesia...
Dos momentos Caeiro
Até Filo- e -sofia.
Das noites de versos
Às palavras vazias.
Das recém madrugadas
Às passadas, vividas.
Dos sermões mal tragados
Ao humilde perdão.

Minha vida é toda uma poesia...
Dos momentos que ia
E hesitei sem pensar.
Dos encontros marcados,
Mal marcados de azar.
Desencontros tolhidos
Aos perdidos ao léu.
Dos verbetes vendidos
Aos mais puros do céu.

Minha vida é toda uma poesia...
Das prosas poéticas
Aos romances sem sal.
Do choro sem lágrima,
Laconismo de Esparta!
Ao disposto frasal.
Dos extremos sem fim
Às medidas medianas,
Entremeios ecléticos,
Um composto de mim.

Não!
Eu cortei uma rima?
Censurei uma métrica?
Arrumei uma desordem?
Baguncei sem razão?

Sim!
Tratei mal meu poema
Caçoei assonâncias
Comi aliterações
Conflitei os meus sons
Suprimi paronímias
Cantei mal meus bordões
E rimei sem querer

Mas, no entanto, contudo
Sou exagero de tudo
De um nada poético
De dizeres perdidos
Em lugares preditos
Com início e fim
De poesia a perdão
De poesia a céu
De poesia até mim
De uma rima a razão
De um poema e um querer
De um fim ao dizer
O intento de agora
De cotar minha vida
Com palavras vividas
Ou outroras de horas
Bem gozadas a esmo
Como o mesmo que ora
Ouso contradizer
Minha vida pra mim.

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