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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O brinde é uma celebração.
Uma celebração reclama um motivo.
Qual será o nosso motivo?
Celebraremos o insucesso, a desgraça?
Celebraremos o que um dia vivemos e não existe mais, senão em nossas memórias?
Celebraremos o que sabemos: nunca mais voltaremos a viver 'aquelas experiências', seja por motivação alheia, seja pela unicidade dos fatos?
Viveremos a celebrar os lances do passado com uma taça cheia do presente?
Beberemos dela e nos lembraremos do que nela não se encontra?
Provaremos um vinho nos recordando daquele que não mais se produz, de uma antiga safra ou até mesmo daquele que nunca bebemos?
Gozaremos um passado presente em vez de um presente presente?
Como?
Ah!, claro.
Nosso presente se encontra ausente.
Deveremos resgatá-lo?
Será nosso dever trazer o que por ora não desperta nossos sentidos, não arrebata nossas almas?
Será nosso dever?
Será nosso poder, nosso querer, nosso prazer?
Pra quê?
Transitamos entre o passado e o presente ou, ainda, somente pelo passado, nunca só pelo presente.
Não queremos respostas.
As perguntas bastam-nos.
Bastam-nos?
Sabemos, unicamente, que sentimos e sentimos muito.
Sabemos apenas isso.
Aliás, sabemos?
Talvez não saibamos de nada, enfim.
Sentimentos não dão respostas.
E nós quase não nos desvencilhamos deles.