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sexta-feira, 22 de outubro de 2010





Gritos, tambores e outros sons estridentes rasgavam o ar numa violência nunca antes percebida por mim. Aquilo era como um convite pra participar de uma manifestação contra tudo o que é conjuntural. O político, o social e todas as formas de representações e relações humanas eram postas em cheque naquele amálgama de textos, música e teatro. Uma experiência única me tocava naquele momento, e eu sentia os ecos propagarem-se nos meus ouvidos, os meus monstros inquietarem-se no meu peito: desafogo heterodoxo.
O sinal estava aberto e minha ansiedade crescia à medida que o tempo passava. Os carros deveriam parar, todos deveriam parar; não era possível esperar. A música que ali chegava invadia-me de tal maneira que meu único pensamento naquele instante era seguir as vibrações - que reverberavam-se no ar – até atingir o epicentro do fenômeno fenomenal (Por que não “fenomenal”? Errado seria se não o fosse). Quando percebi o caminho livre, ousei andar à procura do acontecimento. Ao terminar de cruzar a rua, avistei ainda de longe um punhado de gente a acompanhar com curiosidade. Era um evento único.

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