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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Voz e olhar



Enquanto o olhar estiver voltado para a chaga, a cicatriz do que outrora fora chaga nunca aparecerá.

Enquanto o olhar estiver voltado para o por fazer, o por fazer continuará um por fazer; isto porque o por fazer reclama um alguém para fazer, que, mesmo enxergando o por fazer como um por favor, se verá acuado em meio a um clamor geral, o qual gritará, bradará como endoidecido faminto, “Quero isso!, Quero aquilo!”, “Quero pão sim!, Quero circo sim!, E quero isso como um fim!”.

A voz do fazer difere significativamente da voz do dizer. Esta é voz que soa onde ouvidos não há que ouça; aquela é voz bem alocada, ou seja, voz no lugar certo, voz que promove mudança, voz que contribui, voz efetivamente.

Enquanto a voz produzir sons improdutivos, o “olhar” não presenciará uma harmonia se concretizando, de modo a curar ferida, matar a fome, acordar do sono para descansar em sono, tudo movido por um som.

2 comentários:

  1. Tô precisando dar uns gritos com a vida pra treinar o "olhar". Muito bom sempre!

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  2. conversar? uai, manda inbox no face! fiquei curiosa. beijos

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